Nos dias 5 e 6 de maio do corrente ano, realizou-se em Luanda, no Colégio S. Francisco de Assis, o IV Encontro das Escolas Portuguesas no Estrangeiro. A organização esteve sob a responsabilidade da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE). No âmbito dos desafios colocados à educação neste contexto, foram promovidas reflexões acerca dos mecanismos de cooperação internacional, da criação de redes colaborativas entre escolas e do incentivo de intercâmbios pedagógicos.
A missão das escolas portuguesas no estrangeiro consiste em garantir a promoção da língua, cultura e história lusas, especialmente para as comunidades nacionais no estrangeiro. Estas instituições visam promover a aprendizagem da língua e cultura portuguesas, mantendo laços com o país de origem e fomentando a cooperação internacional. Consequentemente, constituem um instrumento fundamental no que respeita à projeção da nossa identidade e da nossa cultura, nomeadamente em territórios com os quais devemos manter relações privilegiadas.
O Conselho Nacional de Educação esteve representado pelo assessor António Lopes, que proferiu uma palestra sobre o papel da Inteligência Artificial (IA) no empoderamento das redes colaborativas entre essas escolas. Nesse âmbito, foi ainda salientada a necessidade de se salvaguardar o igual acesso de todos os estudantes aos dispositivos de IA facilitadores do processo de aprendizagem, bem como o seu uso orientado. Foi igualmente alertado para os riscos de homogeneização cultural decorrentes do peso das empresas internacionais do setor. Em resposta, foi salientada a necessidade de recorrer a dispositivos de IA portugueses, que terão um papel relevante na salvaguarda da nossa identidade, sem que seja posto em causa o diálogo intercultural.
Por fim, foi realçado o especial posicionamento das escolas portuguesas no estrangeiro para promover a interação entre alunos oriundos de culturas diversas. As instituições de ensino, ao atuarem em rede e possibilitarem a troca de experiências pedagógicas em tempo real, constituirão um lugar privilegiado para a utilização das novas tecnologias como suporte ao diálogo intercultural e à promoção do pensamento crítico. Em suma, será promovida uma cidadania orientada para o respeito pela diversidade, de acordo com as expetativas de cidadãos plenos e preparados para enfrentar os desafios do século XXI.